Atualmente percebo um certo “modismo de plurais”, quase tudo é dito no plural. Um exemplo emblemático é “material” que parece ter virado irrevogavel e desnecessariamente “materiais”, como “materiais cirúrgicos”, por exemplo. “Conteúdo” também ganhou um inexplicável plural; infelizmente a lista é muito longa para enumerar aqui.
Ora, o Aulete nos diz no verbete material “conjunto de máquinas, objetos, ferramentas, instrumentos etc. que entra em um trabalho (material de construção)”. Se é um conjunto, é singular, não importa o número de elementos que o componha, confere?
O mesmo ocorre com arritmia, palpitação, etc. São fenômenos fisiológicos (ou fisiopatológicos) que independem do número de batimentos cardíacos ou da frequência cardíaca.
No que nos interessa aqui, a arritmia, trata-se de um conceito informando a inexistência do ritmo cardíaco fisiológico, ou seja, ritmo cardíaco regular em dois tempos.
Qualquer ritmo que fuja ao ritmo fisiológico enquadra-se no conceito de arritmia e não cabe o uso do plural.