Boulos já foi candidato a presidente, prefeito e seria candidato a governador. O PSOL é um partido com uma ideologia clara, bem definida e que apesar de ter poucos legisladores, tem mostrado coerência e qualidade nos mandatos. Mesmo sendo um partido muito associado às chamadas “pautas identitárias”, o fato de ter um programa que traz diretrizes gerais em todas as áreas faz com que a atuação dos representantes eleitos por eles não se limite a essas pautas.
A escolha de Boulos de não concorrer para um cargo que está com as perspectivas tumultuadas e ir buscar o legislativo não é uma estratégia tacanha de ir para o caminho em que a vitória é certa. O objetivo é mais amplo.
Uma das bizarrices do nosso sistema eleitoral é a proporcionalidade dos votos no legislativo que faz com que os “puxadores” de voto garantam vaga para uma penca de outros sujeitos muitas vezes sinistros. Quando alguém vota no Tiririca, não está prejudicando o país por causa do palhaço em si, mas porque ele estava alocado em um partido do Centrão e ajudou a eleger um monte de gente empenhada e deixar o país pior do que já estava.
Não estou fazendo campanha para o Boulos, PSOL ou qualquer outro partido, o ponto é só reforçar que temos cada vez mais que abandonar esse anseio por salvadores únicos e buscar a força em pensamentos coletivos coesos. Não foi a política que nos trouxe aqui e sim a falta de ideologia.