Agora o ponto mais interessante dos gráficos acima é que bem ou mal, o salário mínimo oscila próximo dessa média de 2 cestas básicas, ou seja, para quem recebe salário mínimo, em tese, pouco mudou.
Com isso em mente o segundo gráfico fica mais interessante, pois, se com a renda média da população já foi possível comprar mais de 5 cestas básicas e hoje essa renda média compra apenas 3 cestas e sobra um troquinho, fica claro que o que estamos assistindo é uma corrosão absurda da renda e o empobrecimento generalizado da população do país.
Quando isso acontece, é óbvio, quem tem menos entra em uma situação crítica muito mais rápido, mas a comoção nacional, como sempre, não domina o debate por causa de quem tem menos e, sim, porque o aperto chegou em quem se encontrava em uma patamar um pouco mais elevado de renda.
Um último detalhe sobre esse gráfico é que mesmo no fundo da crise econômica de 2015/2016, que instigou os bravos legisladores a derrubarem a Dilma para salvar o país, a renda média da população comprava mais alimentos do que hoje.
Pelo visto o problema da Dilma não era econômico. Talvez a questão foi apenas que, nas palavras do deputado estadual Olim, ela “não era querida por todos na câmara”, pelo menos não tanto quanto Fernando “apalpador” Cury.
E, se hoje a situação está pior do que quando a Dilma caiu, fica a questão: o que torna Bolsonaro tão querido entre os deputados?