Ao ler essa resposta de Bolsonaro muitos podem pensar que ele disse isso por ser de “direita” enquanto o PSOL é um partido de esquerda. Mas aí temos outro erro de terminologia. Bolsonaro não é de direita, não é liberal, não é conservador. Bolsonaro não é só um presidente sem partido, é um presidente sem ideologia, alguém que se usou de alguns termos que não sabia nem pronunciar para tentar aglutinar votos e, quando posto a frente da máquina pública, se mostrou um extremista vazio. E é justamente esse vazio que o faz caber tão bem no conglomerado de partidos do “centrão”, pois eles, assim como o presidente, não têm um plano de governo, não têm um projeto político, não têm um objetivo social, são apenas dragas que grudaram no sistema de governo e pendem para o lado que pagar mais.
E é justamente por isso que Bolsonaro não pode conversar com o PSOL.
O PSOL é um dos poucos partidos no Brasil que tem uma ideologia bem definida e apresentada com clareza para os eleitores. O mesmo acontece, do outro lado do espectro, com o Novo, que também é um partido que se organizou com objetivos políticos claros.
Infelizmente, no jogo partidário do Brasileiro, isso é a exceção. Contamos hoje com 33 partidos oficiais e, entre eles 26 não possuem no seu estatuto uma definição clara de espectro político. A Folha de S. Paulo classifica 17 partidos como “centro fisiológico”.
E, como acompanhamos essa semana na Câmara Municipal de São Paulo, a governança a base de trocas e ameaças está em todas esferas do país.