… acho que dá para voltar para as sessões de modelo vivo (até porque, no lugar que eu vou, a maior parte do público já tomou a terceira dose da vacina).
Modelo vivo é algo bem interessante. Sempre que alguém quer representar o aprendizado de arte, recorre a imagem da uma sala com vários alunos em volta de um modelo nu.
De fato essa é uma das formas mais tradicionais de estudar desenho. O Kimon Nicolaides (do livro
The Natural Way to Draw que eu estou postando os exercício
nessa playlist) tinha um curso de desenho que era 100% baseado em modelos vivos.
Entretanto, no Brasil as sessões de modelo vivo são bem escassas, mesmo em São Paulo poucos lugares oferecem essa atividade tão importante para o desenvolvimento da compreensão do desenho do corpo humano.
É interessante que nos últimos anos tenho visto surgir algumas pessoas focadas na formação do modelo vivo como forma de expressão de arte do corpo. Isso é bem importante porque a capacidade do modelo de se expressar pela pose é algo que muda todo o cenário para o observador que vai desenhá-lo.
Pode parecer que para ser modelo basta a pessoa ter uma desinibição e uma boa flexibilidade, mas, na verdade, a diferença entre o modelo que é ator, que tem um nível maior de expressividade é brutal.
A forma é um elemento do desenho, mas o que está por dentro é o que move o maquinário.
Durante a pandemia tentei uma sessão de modelo vivo online, para ser justo, muito antes da pandemia já tinha feito algumas em um canal gringo do youtube. Infelizmente, ao meu ver, essa é uma atividade que não funciona a distância.
Assim como o teatro, o direcionamento visual da câmera, a planificação da tela e a frieza da interface matam a graça.