Por essa você não esperava. Olavo de Carvalho, guru bolsonarista, sofreu o primeiro cancelamento em massa da era das redes (no Orkut). Ou pelo menos
o afirma.
Como resposta, criou um curso online sem fim, que já conta com 11 anos de conteúdo em vídeo, uma filosofia abrangente, milhares de assinantes e uma
rede de ex-alunos nas mais altas esferas do poder público - a começar pela família do presidente (pelo amor de Deus, esta não é uma apologia ou defesa de nenhum dos citados).
O Anonymous é outro exemplo notável de um vetor de influência política oriundo dos confins da web: migrou de fóruns pseudônimos para o topo agenda pública em +10 anos de um marketing de guerrilha sem face.
O grupo é unido por
missão, e
não por liderança formal.
Não é definido por identidades reais. Não é possível “entrar” nele. Assim como dá pra sair. Ser
anonymous é abdicar da notoriedade para elevar o poder da ação coletiva.
Anonymous podem ser todo mundo. Podem não ser ninguém. Podem ser alguém do seu lado - ou até mesmo você.
Desmerecer uma tendência porque ela se parece com um brinquedo é uma armadilha comum. Bitcoiners aturam desde sempre discursos imbuídos dessa superioridade.
Pois se prepare: é bem possível que comunidades sociais virtuais se
assemelhem mais ao “país do futuro” que o Brasil (ou Portugal) que você habita hoje.